segunda-feira, agosto 27, 2007

Tic, tic, tac...

As coisas parecem estar voltando ao normal ao meu redor, e confesso que depois de meses de euforia, novidades, aventuras e prestes a entrar na casa dos 30, me sinto feliz. Ainda não completo, não totalmente satisfeito - o que eu jamais estarei e nem quero estar. Satisfação e comodismo para mim são divididas por uma linha muito tênue. Gosto de mudar, de tentar, errar e acertar. Nunca parar de tentar ver além do que me dizem.
Não tenho medo de trocar de emprego, de viajar, de ter que fazer novos amigos, de me inserir em novos ambientes. Tenho medo de não ter quem eu amo por perto, isso eu tenho.
Esse final de semana foi tão especial para mim, tão simples, mas tão honesto. Almoço com pai, mãe e mano. Ler na minha cama mega aconchegante com minha cadela roncando ao lado. Conversas ótimas com a Fers direto da Polônia e muita felicidade pelas novidades contadas. Esperando ancioso pela volta dela.
Me lembro quando eu queria voltar de Londres e as pessoas me diziam para ficar. Até minha mãe coruja me incentivava a ficar mais tempo. Quando se está frágil, longe de tudo, qualquer um que diz "volta" é um pulo para o aeroporto. Após dar os conselhor básicos de "tenta outra cidade ou muda de país" vi que a coisa era mais séria. Chega uma hora que a gente quer a nossa casa, nossa rua, nossa língua, ser cidadão, poder mandar alguém tomar no cu e não ser preso. Mesmo que para isso a gente tenha que voltar à terra brazilis... o que é brabo, dá medo, dá uma sensação de "perdi o jogo". Mas falo por experiência: passa logo. A vida é onde a gente faz. Se não está bom, o aeroporto é logo ali. O primeiro passo a gente já deu, já deu a cara a tapa, ouviu merda, pegou pesado, choramos e rimos. Mas vivemos e ninguém pode tirar isso da gente. E sempre teremos Paris!!!
Perdedor é quem nunca tentou. Quem nunca se arrisca, quem não desbrava. Quem critica e não faz.
Essas idas e vindas não mudam em nada o que se construiu. Ver a Raca por dois dias, na minha mesa com a Re, a gente rindo, se implicando, tudo igual após 5 minutos juntos. Incrível como tempo e distância em nada atrapalham aqueles que se encontraram lá no fundinho do coração. Uma vez juntos, se for verdadeiro mesmo, é pra sempre. Sábado, caindo o mundo, eu mais tonto que velho com labirintite-com fome- bêbado, mas fui lá firme e forte. Minhas duas coisas lindas valem mais que minha cama (barulhenta) e uma boa noite de sono. E coisa boa é estar com quem faz parte da tua vida. Poder respirar sem encolher a barriga, mostrar as buchechas inchadas e as botas rasgadas. Coisa boa essas duas, numa noite regada a chopp, mesmo com num bar com péssimo atendimento e uma chuva torrencial. Elas sempre valem a pena. Sempre.
Santa Fé no domingo como nos velhos tempos, com outros velhos amigos. Podia ver a Leti chegando no Gol azul e a Juli vindo a pé de casa. Todos fazendo planos, reclamando, rindo, falando dos outros, "nós os perfeitos", como diz a Juli nos autocriticando. Saudade.
Em algumas horas farei 30 anos, bem feliz em ter essas e outras pessoas especiais do meu lado. Gente nova lá do Frango, gente velha lá da PUC, da rádio, da Espanha, de Londres, da Dinamarca, da vida. Feliz em olhar pra trás e ver o que aprendi, o que errei, o quanto acertei. Feliz por descartar o que não presta, o que me faz mal.
Só não larguei o cigarro.
E nem ganhei na loto!

quarta-feira, agosto 22, 2007

Inhéque, inhéque...

Com 30 anos na cara, resolvi criar vergonha e comprar uma cama nova. Deixar de dormir em cama de solteiro e passar a rolar numa king size.

Aproveitando a deixa de que eu queria comprar uma cama nova, minha mãe - com sua veia consumista compulsiva - me acordou num sábado com um encarte do Ponto Frio na mão.
Cama King Size, marca boa, pela bagatela de R$ 399,00 e com um celular grátis. Lá se vai o Adriano com a mãe a tia colo pro shopping. Comprei a cama sem nem sentar nela, paguei, peguei o celular e fui embora. Compra feita em 15 míseros minutos, mas entrega em longos 10 dias. Odeio esperar. Desde pequeno sempre quis sair da loja com o tênis novo, pulando no pogobol, falando no celular, ouvindo o CD no carro.

Cinco dias antes do prazo, os caras ligam para a minha casa para combinar entrega. "Não posso na sexta. Poderia ser no sábado pela manhã?". Resposta afirmativa, me programei para desmontar minha cama velha no sábado bem cedo. Cama desmontada às 7h30, quarto limpo às 8h, chimarrão, jornal lido, emails conferidos, almoço pronto, sobremesa engolida, programa da Angélica, Caldeirão do Huck... desespero. Momento da verdade: ligar para o Ponto Frio e fazer a cruel pergunta: "Oi, eu comprei uma cama e ficaram de entregar nesta manhã e ... hummmm..mas...ok, entendo, mas.... Como assim não entregam depois do meio dia?". Sim, sim, sim, o imbecil aqui ficou o dia todo em casa e os entregadores disseram que bateram e não tinha ninguém em casa. Conversa pra boi domir. Aliás, dormi no chão até a outra terça, quando finalmente chegou a bendinta cama.

Quem estreou a cama foi a minha cadela que desde a hora da entrega (12h15) até eu chegar em casa (19h40) tirou o melhor ronco da sua vida canina.
Quando eu fui dormir, com endredon e roupa de cama novinhos, a grande surpresa: a cada virada minha na cama, uma sinfonia de molas que deixam todo o prédio em estado de alerta. Ora parecia cama de vó, daquelas que rangem tanta que tu não consegue dormir, ora parecia que eu estava tendo uma martona sexual depois de 25 latas de Redbul.
Muito barulho.

Liguei pro SAC do Ponto Frio para reclamar e tive que dar mil explicações sobre o problema.
- Senhor, você poderia ser mais claro, mais específico? Que tipo de barulho exatamente.
- De mola moça, muito barulho, treme tudo.
- Barulho alto, senhor?
- Sim, alto, a cada virada minha faz muito barulho.
- Humm... mas camas de mola fazem barulho.
- Ah não, não como essa. E é box, não deveria fazer.
- Mas ás vezes elas fazem.
- Senhora, nem transei na cama ainda e o barulho já irrita o quarto ao lado!
- Nesse caso, senhor, estarei abrindo processo para um técnico fazer availiação na cama.
- Ok...
- Anote o número do pedido...

O que será que ela quis dizer com "um técnico avaliar a minha cama"?
Só faltava ela pedir para eu esperar de banho tomado e vinho.
Ah, o celular dei para a minha mãe que com toda a sinceridade do mundo achou horrível e o colocou, desligado, na gaveta onde repousam os outros que ela perdeu a linha por falta de créditos.

Alou?

Faz tempo que não escrevo aqui. E não é por execesso de trabalho, mas sim por extrema falta de vontade, misturada com uma forte dor nos olhos de tanto ficar com a cara colada num monitor por 8 horas por dia. Então, ligar computador quando chego em casa é algo raro.

Mas agora estou de volta, sinto falta de estravazar meus sentimentos por aqui. Durante muito tempo esse blog foi meu terapeuta, e acho que ainda não posso ter alta.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Do meu bolso...

Amanhã vou levar o carro para fazer um orçamento, pois a puta que bateu nele - tópico abaixo - numa me ligou de volta para pagar.
Vaca!