sexta-feira, junho 25, 2010

É foda...

Cof, cof, cof ...
Se este blog fosse uma edição impressa seria, com certeza, um encontro de ácaros que fariam a festa no monte de pó incrustado.
A equação falta de tempo + falta de paciência + falta de inspiração + twitter = blog desatualizado resume o tempo que não passo por aqui.
Mas, numa sexta-feira chuvosa de inverno, entre comer uma torrada vendo TV e decidindo entre abrir um vinho ou tomar um suco, cá estou para postar um resumo dos últimos tempos.
E bem do meu jeito será feito por tópicos, sem ordem cronológica nenhuma e, hoje, provavelmente sem nenhum toque de humor.

Adeus ao momento elefante: depois de 3 meses de ortomolecular e 20kg a menos pude, finalmente, voltar a usar minhas calças 42. E com cinto! E com isso - já era hora - voltar a comer alguém(s)...

A repartição: como nem tudo na vida são flores, a vida na repartição não andou das melhores nos últimos meses. Durante a produção da ativação do nosso cliente, cheguei a nível 9.8 (de zero a 10) de paciência ouvindo o que não precisava, trabalhando 21h seguidas por dia, me alimentando de barra de cereais e sem absolutamente nenhuma gota de álcool neste corpo. Nos meses seguintes, nada de férias ou aumento, computador melhor ou lâmpada no banheiro. Só um festival de patadas e ataques histéricos como se aquilo fosse a sede da Otan sendo atacada pelo Irã, diariamente. Ameacei pedir as contas, mas me lembrei da fatura do cartão. Então falido - ortomelecular é caro -cansado, estava na hora de estar ou ter, fodido...

Mi Buenos Aires querido: fui pela terceira vez para Buenos e decidi comer além de alfajores e panchos. Em 4 dias peguei mais do que nos 2 últimos anos em Porto Alegre. Descobri o verdadeiro charme e força portenha. Santa Evita, deve ter algo no dulce de leche de lá. Não é a toa aquele monstro obelisco no meio da cidade. Tudo faz sentido. Por via das dúvidas, trouxe 7 potes de doce de leite...

Domingo, quero te encontrar: meus finais de domingo estão sendo tão divertidos que abro mão do sábado a noite. Ir ao samba na comunidade, a nossa "portelinha", superou as expectativas. O que não tem de gente bonita e interessante nas minhas noites de sexta, tem no Odomodê. Eu pegaria metade das pessoas, mas como ainda não tocaram Vogue na versão samba de raiz fico, então, na companhia maravilhosa dos meus amigos queridos...

Aqui "Jaz" Bar: o aquece pro Ocidente começa no barzinho da Vasco onde eu e meu querido amigo Matheus encontramos parte do nosso passado algumas vezes. Foi muito legal encontrar 2 pessoas que foram importantes pra mim há 14 e 12 anos atrás e ver que ainda me querem bem. Nunca fomos amigos, apenas fomos sexualmente compatíveis. E como. Mas como não da para viver no passado, continuo sonhando com a criatura do departamento ao lado do meu. Já ofereci me converter ao judaísmo e fazer circuncisão. Mas acho que aquele corpo eu pego só depois de morrer e nascer de novo. Mas eu casaria na hora que me quisesse...

Até que a morte nos separe: quando eu era criança achava estranho o porquê eu tinha 3 avós e todo mundo 2. Hoje não tenho nenhuma e ficou aquele vazio dentro de mim que me faz pensar que eu podia ter tido mais momentos legais com as minhas últimas 2 vós a morrer. Nenhuma das duas me deu aquele amor incondicional que só as vós sabem dar. Aquele doce na geladeira, aquele cachorro quente, aquela história antes de dormir. Mas cada uma ao seu jeito me amou. Pena que na maioria das vezes, eu sou quem tinha que provocar isso. Ver o enterro da minha vó, o som das pás, a marcha fúnebre, o cemitério decadente do interior, me deu um vazio enorme e me fez rever alguns conceitos na vida. Me lembrei da minha amada vó Dora, a primeira a ir embora, que me amou o suficiente para suprir o amor que, talvez, não tenha sido bem demonstrado pela outras duas. Esta sempre disse que eu sabia viver. Sorte de quem teve a minha vó como amiga...

Kikito de gesso: amigo que é amigo se fode todo pra ajudar o outro. Para ficar mais pertinho da minha amiga Juli que passou férias no Brasil aceitei o convite para fazer figuração no longa que ela estava produzindo. Cena de assalto a banco e eu era um dos reféns. Precisava fugir do assalto, me jogar no chão e fazer cara de espanto. Fiz uma, duas vezes e cai em cima do ombro, me estourando todo. Mas, bem profissional, repeti a cena mais 23 vezes com uma dor incontrolável. Para tentar poupar o ombro, forcei os joelhos e isso me causou hematomas enormes e o fim das minhas caminhadas diárias que tanto me ajudaram a emagrecer. E com o inverno chegando, cheio de dor, as idas ao boteco aumentaram e jantar ficou mais frequente. Não quero esta vida pra mim novamente. Chega de cerveja todos os dias ou alimentação ruim. Não pretendo nunca mais encontrar o tais 20kg de lá de cima, nunca mais. Já encontrei 2kg em 2 meses, mas assim que o tempo melhorar e eu puder ir pra academia, vou me puxar como um louco para manter tudo como já foi há tempos atrás...

A fila anda: 2009/2010 estão sendo os anos em que mais conheci e redescobri (verdadeiros) amigos. Da repartição ao boteco da esquina tive o prazer de conviver com gente muito legal. Alguns eu amo tanto que não me consigo ver vivendo sem. Meus amores da suíte 1000 que nunca saíram ou sairão da minha vida, minhas ex colegas de repartição, meus assistentes, meus colegas, meus amigos de infância, de bar - de muito além bar. Me fazem rir, me fazem chorar. Não me deixam em nenhum momento, de viagem a velório, sempre lá. Há claro, sempre alguém que mostra quem é, cedo ou tarde, mas mostra. E, como dizem os outros amigos, quem não é visto não é lembrado. E aos poucos a fila anda e quem não sabe brincar, que não desça pro play.

Vou beber meu vinho chileno, ver merda na TV pesquisar por passagens aéreas baratas.
Falar em Buenos + foda + loucura me deu uma louca vontade de comer comida nativa.
E não tô falando de parrilla ou empanadas.
E esta chuva que não passa, vinho, inverno, endredon ... é foda, é foda. Ou não.