quinta-feira, dezembro 08, 2005

Ziriguidum Airlines

Estava há horas precisando me benzer, tomar uns passes, descarregar. Pois bem, hoje fui na festa de Oxum numa casa de umbanda. Para quem não sabe, umbanda não é aquelas coisas do mal, mas uma linha branca e tal...

Bom, o que eu queria contar mesmo é que durante toda a espera dos passes me deu um ataque de risos. Sentou eu, minha mãe e a costureira dela. A primeira frase da mulher para mim foi:
- Mas tu engordou, hein Alexandre?
- Adriano, Alexandre é o outro.
- Ah é, então tu engordou mais ainda, pois tu eras o mais magrinho.

Vontade de dar um cotovelaço no queixo dela. Mas respirei fundo, afinal estava numa casa de religião buscando a paz interior. Todos sentado em bancos em fila, com um corredor no meio. Antes do início da festa, uma pessoa fala: "Lembramos que a partir de agora não será permitido o uso de aparelhos eletrônicos. Desliguem os celulares e é proibido fumar."
Nessa hora eu - quase dormindo sentando - me senti minutos antes de decolar. A disposição dos bancos, corredores e até do banheiro eram iguais a um 737. Só faltou um comissário fazendo as mímicas: "Essa aero-saravá-nave possui oito orixás, 2 na parte dianteira, 4 no meio e 2 na parte traseira. Em caso de despressurização cairão sobre os assentos charutos, velas e perfume para defumação..."
Começou a função das rezas e imediatamente veio a primeira dupla de saravá-missários de bordo servindo cachorro-quente - aqueles de aniversário de criança, nada do ultra moderno e sem sabor Totosinho. Eu, marrom de fome, comi com muito prazer. Cinco minutos depois vem mais outras duas saravá-missárias de bordo servindo "bala de coco ou mel, meu senhor? ". Minutos depois veio a vez da "canjica ou arroz doce?", logo depois vieram frutas, docinhos, tortas e "para beber temos Guaraná, Teen ou Sukita".

Eu fui lá só para tomar um passe e fiz um baita rango. Vontade de dizer para a costureira que, aos olhos das entidades, eu ainda podia comer sem culpa.

Gostaria de registrar que o respeito pela religião continua intacto, mas descobri que não tenho jeito, tiro sarro de tudo e em todos os lugares.

Ah, lembrei uma vez que fui num outra casa com umas amigas. Depois de 3 horas esperando, perguntei para a senhora que tava incorporada se eu ia conseguir emprego. Sabe o que ela me respondeu?
- Já olhou o caderno de empregos? Sempre tem coisa lá.

Nesse vôo, não senti a mínima falta da barra de cereais vencida, amendoin e Pepsi sem gás da Gol. Mas se fizesse ponte aérea com essa companhia sempre, teria que voar de cargueiro depois de um mês.

2 Comentários:

Blogger Dani disse...

Mas que fartura, hein?
Beleza de cardápio! rs...

Uma vez, há muitos anos, meu pai foi numa espécie de terreiro, com o cunhado dele. Meu pai, que também é desses que tiram sarro de tudo e de todos, foi só de farra.
Mas, chegando lá, se assustou quando uma mãe-de-santo se dirigiu a ele e gritou: "Vamu dá um banho de cachaça nele!!!". Nessa hora, ele achou que levaria com um balde de caninha 51 pelas orelhas abaixo, mas o tal "banho de cachaça" era apenas um ritual simbólico, feito com uma garrafa vazia... rs

Quanto às curiosidades sobre O Exorcista, é melhor mesmo ler pela manhã... rs

Beijos, Adri! :-)

1:02 AM  
Anonymous Anônimo disse...

HAHAHAHA..Adri, não resisti...ma-ra-vi-lho-so...!!!
Tacha e eu estamos "se mijando" de rir...hehe...
CAROL E TACHA

8:55 AM  

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