All by myself...

Numa noite dessas, enquanto tomava uma cerveja sozinho no postinho que vou sempre - no posto legal, com banheiro de graça, onde não preciso mijar no meu carro para não pagar - fiquei impressionado com duas atitudes.
Um cara e uma guria que estava numa galera ouvindo música e bebendo na parte das mesinhas do postinho vieram em direção ao meu carro.
Atitude 1: eles tinham ido me convidar para me juntar a eles, pois eu estava sozinho e eles estavam felizes.
Atitute 2: eu, não sei porque, respondi "valeu, mas já estou indo embora", mesmo não estando.

Eu sou uma das pessoas mais sociáveis do mundo. Adoro estar com pessoas, conversar, entendê-las, ajudá-las, trocar experiências. Tenho olho clínico e raramente me engano com pessoas. Se presta, se é boa gente ou não. Sou vacinado contra certos tipos, mas totalmente aberto para outros. Outros como o casal que veio me fazer um agrado. Se eles estivessem sozinho, talvez eu tivesse agido por instinto de defesa: noite, sozinho no carro e tal...
Mas não. O posto estava cheio, várias turmas reunidadas, vários sons. A única pessoa sozinha lá era eu. Talvez eles realmente quisessem me conhecer e eu num momento ogro afastei os dois numa frase curta e grossa.
Saí dali de e com vergonha. Fui no Mc Donald's, gastei o que tinha para o mês todo e comi no carro, em mais uma edição do momento ogro, e agora mais gordo.

Passei pensando nisso ontem. O que aconteceu comigo? Será que a neurose da violência me transformou numa pessoa de cara fechada, com medo, individualista? Ou naquele momento eu queria curtir meu CD do U2 e ficar na minha? Prefiro acreditar na segunda opção, pois definitivamente não nasci para ficar sozinho, apagado.

Preciso de platéia, sempre.

"All the world is a stage, and everyone has their part..."